As transformações no agronegócio não se resumem à adoção de tecnologias e às produções sustentáveis. Passam também pela conquista de mais mulheres em papéis de gestão e liderança, dentro e fora da porteira. Antes invisibilizadas, agora elas passam a ter mais voz — e mais do que isso, tornam-se exemplo para as próximas gerações.
Malu Nachreiner, presidente do Grupo Bayer, é agrônoma de formação e faz parte dessa metamorfose no campo, de estagiária da Monsanto a líder da multinacional alemã no Brasil. No videocast da EXAME Agro, a executiva lembra que há cerca de vinte anos não havia mulheres como referência no setor. Por isso, ela busca mudar este cenário.
“Eu não tinha tanto esse espelho, que você olha e pensa ‘dá para chegar lá’. Quando você faz esse movimento de dar visibilidade, seja dentro ou fora da porteira, e de mostrar que é possível, é muito poderoso no médio e longo prazo”, ela afirma.
Para ela, a mesma visibilidade é crucial para o trabalho de produtoras rurais e profissionais técnicas de campo. À medida que os agricultores convivem com mulheres na indústria, no campo ou em cooperativas, mais a equidade de gênero se torna comum.
“Hoje, você vê mais mulheres participando da tomada de decisão. Para aquela jovem, a mulher que está começando a carreira, é aquela coisa de ‘ser possível'”, diz Malu. Neste sentido, a executiva cita iniciativas para o reconhecimento de produtoras rurais, como o Prêmio Mulheres do Agro.
A executiva também fala sobre a relação entre equidade de gênero e ESG e quais os principais passos que a discussão avance no campo. Assista o conteúdo na íntegra:
Com o objetivo de incentivar a presença das mulheres no agronegócio, seja na ciência ou no campo, a 6ª edição do Prêmio Mulheres do Agro está em busca de histórias que mostrem a protagonismo feminino no setor. Idealizado pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a premiação busca reconhecer produtoras rurais que realizem uma gestão sustentável, com foco nos pilares ESG.
Realizado desde 2018, o troféu já foi concedido a 45 mulheres que estão à frente de propriedades de pequeno, médio e grande porte. Para a edição de 2023, o projeto passa a contar com o apoio de cinco entidades parceiras: Embrapa, Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas (Andav), Faculdade de Tecnologia (Fatec) Pompeia, Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia.
O prêmio está com as inscrições abertas. Para se inscrever ou indicar uma candidata, é necessário preencher duas etapas de informações, sobre a propriedade e sobre a própria jornada de vida. Para verificar o regulamento e começar a inscrição, acesse o site premiomulheresdogro.com.br. A premiação acontece durante Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, realizado em São Paulo, nos dias 25 e 26 de outubro.
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