Após 34 anos sem participar da Expointer, os jumentos estão de volta aos pavilhões da maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, em Esteio. Na 46ª edição, são nove exemplares de equídeos da raça Pêga. Eles foram trazidos pelo criatório Campeãs da Gameleira, de Itapetininga, no interior de São Paulo, comandado por Martin Herman.
Neste ano, os animais não participam de julgamento, mas a feira abriu espaço para a apresentação da raça. Herman conta que os muares vêm despertando a atenção dos produtores e já há interessados em comprar animais para cruzamentos. “Trata-se de um animal muito resistente, introduzido no Brasil em 1534, usado no passado pelos tropeiros para serviço pesado, como carregar cargas”, destaca. “O que quatro cavalos fazem, um jumento dá conta”, completa.
O maior interesse é para a realização de cruzamentos com éguas. Se for um macho, é burro, se for fêmea, é mula, que não se reproduzem em função de cromossomos ímpares. “Queremos mostrar aos gaúchos uma realidade da equideocultura que não faz parte exatamente da tradição sulina de hoje, mas que existe há muito tempo, desde a época do tropeirismo”, explica. No início da colonização, por volta de 300 anos, as mulas só podiam vir do Rio Grande do Sul e eram tributadas no Passo de Santa Vitória.
No pavilhão do Mangalarga, Cabocla da Gameleira, de cinco meses, e Umbauba da Gameleira, de seis anos, são uma atração à parte. Mãe e filha são motivo de muitas fotos e da atenção das crianças e dos adultos. “Elas encantam quem nos visita”, resume.
Parabéns!